25/09/2015
PRECISO
13/04/2011
O PASSARINHO
E se eu te deixar voar passarinho?
Minha casa ficará sem a música que encanta meu dia triste.
Ficarei também sem poder te olhar, coisa que tanto gosto...
E o tempo voltará a ser seco em mim.
E se eu te deixar ir, passarinho?
Amanhã talvez não amanheça igual,
Minha lembrança será mais amarga.
Minha voz menos atrevida, pois não terei para quem me aparecer.
E se eu te forçar a ficar, passarinho?
Sentirei-me sempre o teu carrasco, algoz ou carcereiro.
Pois não nasceste aqui e a mim não pertences.
Serei grade suja, mão fechada e chave perdida.
E seu eu te deixar voar, passarinho?
Verei a porta aberta para qualquer outro não igual a ti,
Que não cantará igual, mesmo que seja igualmente belo...
Mesmo que tenha as mesmas cores ao redor.
E se eu te deixar ir, passarinho?
Sabes que levarás contigo pedaço de mim, que nunca mais darei a ninguém,
Pois não costumo tomar o que dei,
Tão pouco doar o que não é meu.
E se eu te forçar a ficar, passarinho?
Talvez eu nunca mais ouça teu canto, como antes,
Cada vez mais fraco, até emudecer.
Ou talvez tão seco, que me convencerá, mesmo sem querer, a deixar-te ir.
Pois quando estavas em minha mão, quiseste ficar,
Mas os ventos também eram outros e aquele parque não tinha paredes...
Se ir, ou se voar, ou se até mesmo eu forçar, não devia ser coisa de questionar,
Gostaria só de estar perto para poder cuidar...
05/02/2011
MAIS QUE SEI
Me encontro em uma sala escura,
cercado de bons amigos, novos e velhos, mas não muitos, exatos 3.
Juntos somos algo, separados somos pessoas.
Nas minhas mãos tenho um instrumento de cordas,
e a frente há um microfone.
Aqui deixamos a música ser a rainha.
Amo esse momento, como amo viver.
O prazer desses dias é remédio para a solidão de outros tempos.
Onde o frio machucava a pele e intimidava a alegria.
Saudades tenho também, terei sempre do que foi bom e do que ainda é.
Mas agora estou aqui, e o resultado arrepiada a pele,
sinto-me enorme e ao mesmo tempo quase nada.
Sinto-me importante ao mesmo tempo que sou parcela.
Aqui somos deuses a distorcer o que nos diverte,
deixando lá fora, tudo aquilo que nos impede de ser uma coisa só.
Aqui somos tudo, sobre a guarda da rainha.
09/11/2010
ÁRIDO
17/10/2010
Un Café Solo! #25
08/10/2010
Arrotos #3
Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores.
AQUI NÃO POUSARÁ NINGUÉM
Ele queria daquelas emoções banais.
Circundado por alguém que lhe tocasse bem.
Uma miúda prestativa e interessada,
que falasse, mas que ouvisse.
Ele queria vícios belos, aqueles temperados de sexo e virtude.
Ele queria provocar coisas,
por menos que dissesse sim.
Verdades, de tudo que você escolhe.
Mentiras, em tudo que você esconde.
Tudo, tudo tudo, começava sempre errado,
por mais belos que fossem os casos,
por mais vida longa que parecesse ter, mesmo que de longe.
Todo, todo, todo, sentimento era magro, como ele.
Era só abraço, atração, amaço e provocação.
Ele repetia sem ver, nem acreditar.
"Verdade, nada pousa por aqui."